domingo, 28 de setembro de 2008

Acho que os matei muito cedo, eles acabaram me matando também desde aos poucos.
bem devagarinho...
me tirando, me calando.
Fui perdendo a cor, o viço.
Passarinho preso, que calou.

Ficou o buraco que agora é de sempre, é de lágrima
de vazio, um preenchido pelas lacunas, com imagens tortas e borradas pelo tempo.

O tempo é bandido que deleta a bonança.
Se não tomar cuidado o esquecimento do tempo lhe toma num golpe tudo que se tem,
e o que sobra são sombras que vagueiam...
úmidas e escurecidas.

O passarinho é agora incompleto e débil,
mas voltara a voar e cantar um dia.
(E permanecerá incompleto, mas de outras coisas.)
E o tempo não lhe apaga a bonaça por completo,
pois meu equecimento é efêmero.
E rezo pra lembrar das coisas, das pessoas, do que sinto/senti, em hora e lugar adequado.

(Mas é tão doloroso permanecer no escuro um segundo que seja.Um pequeno suícidio em vida)

Sempre há alguém a lembrar-lhe, sempre o coração acende a chama.
E tudo volta, e todo pode continuar.

Continuar, continuar...
Como? Onde?
Não sei.
Só sei da esperança, e só.

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