quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Agora me lembro de um alguém ao qual desconheço, e que me faz tão bem ao lembrar daquilo que não vivemos. E daquilo que eu sinto ter vivido, mas os fatos insistem em me dizer que não.
Nós passeavamos por rios e corregos de risos e o perfume nos perfurava.
Essa perturbação pulsante me fez lembrar dos antigos, antigos coleguinhas do tempo em que eu vestia a farda laranja.
E é tão bom lembrar das maldades e bondades do ser humano desde que se nasce; cresce; vive e morre.
Tanto quanto é bom lembrar de que eles eram apenas crianças, perdidas em si; perdidas no mundo.
Lembrar de todos os momentos vis e sórdidos e de todo os momentos doces e calmos.
E se eu escuto Eminem ou Los Hermanos, por exemplo, posso estar sendo contraditória ou até mesmo passar a impressão de que sou uma garota de sentimentos e atos confusos ?
Não, eu só gosto de ouvir os dois lados do LP. E não contestem ou opninem de maneira maldosa e impensada: se eu gostar você nada tem a fazer.
E sabe, percebo agora que estou ficando velha, Los Hermanos e Eminem já não são mais a bola da vez dos noticiários.
Eu estou velha, ou o Cinema está mudo?
( "Amor sem palavras. cinema mudo. Não falo nada você sabe tudo" )
As pessoas agora pouco se escutam e pouco dizem,
quando dizem não se entendem, de todo e sempre.
Me pergunto se este agora é de fato agora, desde quando??....
Niilismo? não, realismo.
Mas não;
Não estou aqui para cantar o mundo perdido, nem falar das flores amarelas e medrosas,
até porque só empurra o dedo na ferida quem não tem teto de vidro.
E acho que, agora, me lembro com quem passeava....

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

até este dia.

As notas soam gravemente, como se eu fosse banhada de personalidade de outro.
E desta resulta um; alguém conhecido, ao qual eu nunca vi sequer o rosto.
Senti apenas seu perfume lascivo, suave ao toque.
Tão belo era que se escondeu nas montanhas.
Com medo de que sua beleza ofusque; atraia; manche; derrame;
ele prefere esconder-se em montanhas; alma de alguém.
Alteando a voz e cantando eu posso ouvir a mim, me ouvir é meu mais novo presente, e do meu eu "outro".
Ambos dizem para que eu siga e seja.
Eu e ele.
[nós nesse momento seguimos um compasso de valsa acelerada e de cadência, antes, desconhecida pelos sábios das montanhas.....]
Apenas, siga.
Seja.
Apenas seja.
Independente, sem qualquer resquício, e que me desculpem as pessoas pelo que eu possa ter feito.
Eu também sou tão carne como você.
Cuide-se. Eu me cuidarei.
Cada qual tem alguns pesos solitários...Aos pesos não solitários, conte comigo ao carrega-los.
Sou só um pedaço de luz e quero encontrar meus iguais.
Não, não se trata de desprezo, orgulho ou superioridade.
Só quero ouvir minhas notas, e me livrar da personalidade do outro, que apesar de bela, não é a minha.
A minha é tão ou mais bela.
A necessidade sucita a busca da minha, a vontade também dança neste compasso.
É preciso equilibrio para as notas não destoarem.
Me encontrar a todo momento, e retirar aquilo que já me parecia (re)encontro.
O que soava como definitivo é apenas um fio tênue de certezas frágeis.
[Eles tremem como as cordas de uma arpa.
Todavia não voltam a firmeza do apoio como estas.]
Era apenas uma capa com a qual me protegia, enquanto eu buscava a próxima capa.
As lojas têm inúmeras: umas de sol outras pra tempo de chuva.
Meu reencontro não cessa, nem eu.
O cessar é uma invenção vil de burocrátas insossos.
E neste não cessar, vou sendo Camila.
[ou algum outro personagem, de passagem,
e que dará lugar ao seguinte e ao seguinte...]
Mas com toda legitimidade de ser, de fato, quem sou agora.
Não preciso te provar nada, muito menos te agradar.
Não, não te devo satisfação.
Só me obrigo a te respeitar, por mais intragável que você pareça.
Pode ser só isso; apenas parecer e não ser...

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

O motivo. O nome. Apenas um nome? nhááá..

Pulsar

"Onde quer que você esteja
Em Marte ou Eldorado
Abra a janela e veja
O pulsar quase mudo
Abraço de anos-luz
Que nenhum sol aquece
E o oco escuro esquece"

[ flutuarei nas espumas deste pulsar assim como o vento.
que assobia no canto da boca malandra e atravessa.
chegando aos meus ouvidos; a minha carne celeste; com o sal, e a canela de um ser pulsante.
seja mar, ou carne.
que seja intenso: me basta.
e abraçarei como que fosse vento-alma o outro.
tudo ao mesmo tempo no turbilhão; embolados e confundidos.
como que fosse luz divina-profana: abençoada.
ao mesmo tempo as espumas baterão na areia da praia e irão cantar comigo.
bem baixinho, porque é "quase mudo". quase...
o abraço é sempre um infinito eternizado de sentir, e cheio de cores verdadeiras.
apenas pessoas mentem, não os abraços.]

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

oh yeah, baby!

nada como um dia após o outro.
ser de contradições, ser de carne, sobretudo, imperfeita.
de um futuro promisor no setor das letraspsicografofônicadeleitosas imprevisíveis.
e sim, este aqui pode ter um quê de diário.
ou um quê de poema, música, ou de nada.
o nada é precioso, também, na sua ausência presente escondida.

fico por aqui...

domingo, 6 de janeiro de 2008

°°°°° ...

hoje é dia de vazio aqui dentro...
meu intento eram palavras pulsantes, mas, hoje, o que tenho são palavras cambaleantes e poucas.
e só.
bloco do eu sozinho...

[ isso tá com um quê de diário, mas f******]