segunda-feira, 27 de outubro de 2008

amarelo, vermelho e branco

vou me estruturando com fio de navalha na carne
desaguando no riancho lavo meu sangue
vermelho e inchado meu corpo grita em pane
minha cabeça gira entorpecida
grito, grito...

lavada de água doce minha carne se acalma
minha alma aquieta
e se afogueia de pronto em pranto.

choro como quem canta
danço como quem grita
grito com minha dança em prantos.

graciosa e grave
gravemente ferida
docemente encantando
paraliso (paraíso) e balanço.

2 comentários:

Ilmaralina disse...

Muito lindo...

incrível saber que quanto maior é a dor, maior é a beleza de transforma-la num verso grave e expulsa-lo da garganta com força de criança.

Você é linda!

Carlos Vilarinho disse...

Muito bom, valeu. Mande aí.