segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Proustiando sem querer...


"A mentira, a mentira perfeita, sobre as pessoas que
conhecemos, sobre as relações que tivemos com elas, sobre
nossos motivos para algumas ações, formuladas em termos
totalmente diferentes, a mentira sobre o que somos, a quem
amamos, o que sentimos em relação a pessoas que nos
amam... – essa mentira é uma das poucas coisas no mundo
que podem nos abrir janelas para o que é novo e
desconhecido, que podem despertar em nós sentidos
adormecidos para a contemplação de universos que de
outra maneira nunca teríamos conhecido (Proust, A
Prisioneira)"
E quando li só me veio a cabeça: É preciso ter dessas mentiras pra ter oportunidade de desconstruir a ilusões que nós mesmos criamos para si ou para a visão dos outros que temos no nosso intímo. E é desta descontrução que nascem as novas visões, e novas janelas. E é a partir das novas visões que nascem as novas ilusões que serão desconstruídas...Não precisei conhecer a obra como todo pra compreender o que compreendi, e se de fato haja outras interpretações sobre, nada mais são do que interpretações. E gostei, mesmo quando não compreendo tudo como um todo e é um compreender em partes só meu, minhas janelas. Eu posso encher a boca pra dizer: Gostei sim. Lerei sim, e se puder, relerei pra sentir o gostinho mais de uma vez e calmamente.
Não resisti. Proust é inevitável pra esse blog, pra mim. Não conheço este texto, e como foi feliz esse sem querer, ao me deparar com uma deliciosa novidade! (mas procurarei maiores informações sobre este).Quando estou a procura de algo acadêmico me deparo com ele, - e largo completamente meus afazeres - este trecho. Coicidência? Não. A algum tempo deixei de pensar que as coisas são assim.

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